1st April 2008.
Terça-feira produtiva. Hoje acordei às (quase) 8:00 (oito horas) e já comecei a fazer coisas. Fumei e fiquei olhando as três bonecas que estou fazendo. São bem engraçadas, eu acho! São menores do que eu imaginava fazer. Tem mais ou menos uns vinte centímetros (20 cm) de altura e pernas bem finas como os desenhos que tenho feito. Tem cara e cabelo engraçados. Uma expressão que eu já me identifico há algum tempo.
São frequentes as pinturas figurativas que eu faço; que eu uso como tema para um trabalho infinito. Já faz mais de vinte anos que eu pinto. Então, se passaram 20 anos e continuo a fazer as figuras, mas de outras formas: bonecas, bordados; é um processo muito demorado porque eu piro quando começo a fazer e vejo que vou caminhando na direção certa. Eu tenho a imagem tão definida na cabeça que, aí, eu deixo rolar e o Universo me guia, pois deve achar que eu sou um menino curioso e me envia os anjos me mostrando o caminho.
2nd April 2008.
Acordei quase na mesma hora de ontem. Terminei de roçar o mato da horta; fiquei lá quase duas horas. Voltei p'ra casa e tomei banho. Arrumei o material para ir para o ateliê, onde fiquei até as 18:30.
Hoje 'tô me sentindo tão bem quanto ontem. Só tive um pequeno aborrecimento com meu pai, que esticou, forçou um pouco meu bom humor. Mas logo voltei ao normal.
Ontem eu cantei tanto e tão alto... estava sozinho... e hoje quero estar no mesmo ritmo. Cantei a 'Canção do sol' (gravada por) Elis Regina e uma outra da Elis que não sei o nome, nem autoria; tão linda quanto as do Milton (Nascimento) que a Elis gravou.
Bem, vou continuar as pinturas de 'Bodas de sangre', que é sobre um balé do filme do Carlos Saura de 1981, baseado em peça de Federico García Lorca. São seis pinturas em tela com acrílico aquarela. Estou me interessando por um pintor chamado Gregorio Gaber, que fez uma exposição (há 20 anos) sobre o filme do Carlos Saura. Me lembro tê-la visto na época. Eu sempre quis desenhar sobre o que vi e hoje estou fazendo como exercício e também para vender a uma pessoa que está interessada em comprar. Elas estão ficando bonitas e vai me doer quando vendê-las.
Se me perguntassem hoje: 'Como você está? - eu diria que péssimo. Ontem eu diria, ótimo. Amanhã nem quero pensar. É incrível como a gente está sujeita a mudanças bruscas; pode mudar tudo num piscar de olhos.
Talvez esta sensação pesada é do amendoim que comi demais; tenho a impressão que o mau-humor e pessimismo com o dia tem a ver com isto. Percebi que estou um pouco irritado quando chegou meu irmão com a família. Não sei o que houve, mas... Por que é assim?
(outro dia - sem data)
Eu estou muito bem humorado hoje. Já cantei vários trechos de músicas que sempre canto enquanto limpava a casa e o ateliê. Agora fiz um finíssimo, longo e elegante 'cigarro'... darei umas 'bolas' enquanto penso nas cores que vou pintar este tecido branco - para fazer vestido para a Glauce. Quero exagerar no colorido - vermelho, azul, verde, rosa, preto!
Hoje o dia está nublado com cara de muita chuva e um vento ideal para soprar minha criatividade para as alturas e soprar minha repleta de borboletas - cantando assim as cores do dia.
7 November 2008.
Li, acabei de ler esta lixarada que garranchei há algum tempo! Credo! Vai!... parece até diário de menina retardatória, repetente da segunda série da escola primária. Nem um Primário regular eu tive. Me lembro daquela escola feia, fedida, triste e professores ignorantes, fascistas - me lembro com exatidão todos os detalhes. Até cheiros daquela época.
Em 1972, eu completava 10 anos; em 1969 estava no primeiro ano aprendendo a ler na cartilha 'Caminho Suave'. Fazia um ano do Golpe de '68, e eu, ingênuo naquela escola com cheiro de poeira e suor. Carteiras pesadas de ferro, minúsculas para duas crianças. Sempre me feria os joelhos quando me levantava. Uma professora magra, com cara de subnutrida à frente do quadro negro e dos alunos. Era autoridade máxima. Com voz estridente, um trinado histérico, falava, se dirigia aos alunos aos berros. Totalmente esquizofrênica, agredia fisicamente os alunos; a mim várias vezes. Jogou meu caderno na lata do lixo porque eu desenhava muito mais do que devia?
Malditos aqueles anos. Parecia que eu nunca ia me livrar daquela atmosfera que me punha em desiquilíbrio total com minha natureza. Depois, quase no Ginásio, a minha esquisitice, minha sexualidade gay foi a gota para quase um linchamento. Eu fui tão odiado!
Quando eu repeti a sexta série pela primeira vez, pedi, nem me lembro como, para meu Pai me livrar daquela escola naquele ano. Inventei algo como: este ano eu já perdi e convenci-o a me matricular em um curso livre de desenho e pintura. Comecei a gostar do curso e permaneci por três longos anos frequentando assiduamente as aulas de um professor Ismael, que já era um senhor de cabelos brancos naquela época. Aí, sim minha cabeça começou a ficar repleta de borboletas...
Voltei no ano seguinte para aquela escola feia, e logo nos mudamos daquele bairro e 'ciao' para aquela escola e professora horríveis.
Aí, comecei a frequentar locais públicos de arte. Tudo que era grátis eu participava.
Fomos morar em um bairro que era mais perto do centro da cidade de São Paulo. Então comecei a conhecer a Pinacoteca do Estado, na Luz e a frequentá-la. Me apaixonei pelo acervo, Almeida Junior (1850-1899), Pedro Alexandrino (1856-19420, os Modernistas, Tarsila, Anita etc.
Terça-feira produtiva. Hoje acordei às (quase) 8:00 (oito horas) e já comecei a fazer coisas. Fumei e fiquei olhando as três bonecas que estou fazendo. São bem engraçadas, eu acho! São menores do que eu imaginava fazer. Tem mais ou menos uns vinte centímetros (20 cm) de altura e pernas bem finas como os desenhos que tenho feito. Tem cara e cabelo engraçados. Uma expressão que eu já me identifico há algum tempo.
São frequentes as pinturas figurativas que eu faço; que eu uso como tema para um trabalho infinito. Já faz mais de vinte anos que eu pinto. Então, se passaram 20 anos e continuo a fazer as figuras, mas de outras formas: bonecas, bordados; é um processo muito demorado porque eu piro quando começo a fazer e vejo que vou caminhando na direção certa. Eu tenho a imagem tão definida na cabeça que, aí, eu deixo rolar e o Universo me guia, pois deve achar que eu sou um menino curioso e me envia os anjos me mostrando o caminho.
2nd April 2008.
Acordei quase na mesma hora de ontem. Terminei de roçar o mato da horta; fiquei lá quase duas horas. Voltei p'ra casa e tomei banho. Arrumei o material para ir para o ateliê, onde fiquei até as 18:30.
Hoje 'tô me sentindo tão bem quanto ontem. Só tive um pequeno aborrecimento com meu pai, que esticou, forçou um pouco meu bom humor. Mas logo voltei ao normal.
Ontem eu cantei tanto e tão alto... estava sozinho... e hoje quero estar no mesmo ritmo. Cantei a 'Canção do sol' (gravada por) Elis Regina e uma outra da Elis que não sei o nome, nem autoria; tão linda quanto as do Milton (Nascimento) que a Elis gravou.
Bem, vou continuar as pinturas de 'Bodas de sangre', que é sobre um balé do filme do Carlos Saura de 1981, baseado em peça de Federico García Lorca. São seis pinturas em tela com acrílico aquarela. Estou me interessando por um pintor chamado Gregorio Gaber, que fez uma exposição (há 20 anos) sobre o filme do Carlos Saura. Me lembro tê-la visto na época. Eu sempre quis desenhar sobre o que vi e hoje estou fazendo como exercício e também para vender a uma pessoa que está interessada em comprar. Elas estão ficando bonitas e vai me doer quando vendê-las.
desenho com guache sobre cartão; cenas de 'Bodas de sangre' de Saura; February 2006.
cenas de 'Carmen', de Carlos Saura - Ponciano, February 2006.
6 August 2008.Se me perguntassem hoje: 'Como você está? - eu diria que péssimo. Ontem eu diria, ótimo. Amanhã nem quero pensar. É incrível como a gente está sujeita a mudanças bruscas; pode mudar tudo num piscar de olhos.
Talvez esta sensação pesada é do amendoim que comi demais; tenho a impressão que o mau-humor e pessimismo com o dia tem a ver com isto. Percebi que estou um pouco irritado quando chegou meu irmão com a família. Não sei o que houve, mas... Por que é assim?
(outro dia - sem data)
Eu estou muito bem humorado hoje. Já cantei vários trechos de músicas que sempre canto enquanto limpava a casa e o ateliê. Agora fiz um finíssimo, longo e elegante 'cigarro'... darei umas 'bolas' enquanto penso nas cores que vou pintar este tecido branco - para fazer vestido para a Glauce. Quero exagerar no colorido - vermelho, azul, verde, rosa, preto!
Hoje o dia está nublado com cara de muita chuva e um vento ideal para soprar minha criatividade para as alturas e soprar minha repleta de borboletas - cantando assim as cores do dia.
7 November 2008.
Li, acabei de ler esta lixarada que garranchei há algum tempo! Credo! Vai!... parece até diário de menina retardatória, repetente da segunda série da escola primária. Nem um Primário regular eu tive. Me lembro daquela escola feia, fedida, triste e professores ignorantes, fascistas - me lembro com exatidão todos os detalhes. Até cheiros daquela época.
Em 1972, eu completava 10 anos; em 1969 estava no primeiro ano aprendendo a ler na cartilha 'Caminho Suave'. Fazia um ano do Golpe de '68, e eu, ingênuo naquela escola com cheiro de poeira e suor. Carteiras pesadas de ferro, minúsculas para duas crianças. Sempre me feria os joelhos quando me levantava. Uma professora magra, com cara de subnutrida à frente do quadro negro e dos alunos. Era autoridade máxima. Com voz estridente, um trinado histérico, falava, se dirigia aos alunos aos berros. Totalmente esquizofrênica, agredia fisicamente os alunos; a mim várias vezes. Jogou meu caderno na lata do lixo porque eu desenhava muito mais do que devia?
Malditos aqueles anos. Parecia que eu nunca ia me livrar daquela atmosfera que me punha em desiquilíbrio total com minha natureza. Depois, quase no Ginásio, a minha esquisitice, minha sexualidade gay foi a gota para quase um linchamento. Eu fui tão odiado!
Quando eu repeti a sexta série pela primeira vez, pedi, nem me lembro como, para meu Pai me livrar daquela escola naquele ano. Inventei algo como: este ano eu já perdi e convenci-o a me matricular em um curso livre de desenho e pintura. Comecei a gostar do curso e permaneci por três longos anos frequentando assiduamente as aulas de um professor Ismael, que já era um senhor de cabelos brancos naquela época. Aí, sim minha cabeça começou a ficar repleta de borboletas...
Voltei no ano seguinte para aquela escola feia, e logo nos mudamos daquele bairro e 'ciao' para aquela escola e professora horríveis.
Aí, comecei a frequentar locais públicos de arte. Tudo que era grátis eu participava.
Fomos morar em um bairro que era mais perto do centro da cidade de São Paulo. Então comecei a conhecer a Pinacoteca do Estado, na Luz e a frequentá-la. Me apaixonei pelo acervo, Almeida Junior (1850-1899), Pedro Alexandrino (1856-19420, os Modernistas, Tarsila, Anita etc.
José Ferraz Almeida Junior & Pedro Alexandrino Borges.
Tarsila do Amaral (1886-1973) & Anita Malfatti (1889-1964).
11 November 2008.
Dormi muito. Acordei estranho, com sensação de cansaço. Hoje o dia está úmido. Apareceu um pouco o sol e já sumiu. ... um pouco estou aqui no ateliê. Vou começar o trabalho: estou fazendo três bolsas, sacolas, 1/2 bordada, 1/2 pintada.
No comments:
Post a Comment